A cidade de São João do Sabugi, localizada no interior do Rio Grande do Norte, enfrenta há décadas um grave problema com a superpopulação de animais de rua, especialmente cães. O aumento descontrolado desses animais tem gerado inúmeras queixas entre os moradores, que relatam desde riscos à saúde pública até ataques violentos e danos à agricultura local.
A principal preocupação dos habitantes é com a transmissão de doenças, como raiva e leishmaniose, além de infecções bacterianas causadas pela presença constante de animais abandonados pelas ruas. Além disso, os ataques de cães a pessoas, em sua maioria crianças e idosos, têm sido cada vez mais frequentes.
Os danos à agricultura também são uma realidade para os pequenos produtores rurais da região, que têm perdido animais de criação devido a ataques dos cães de rua.
Além disso, o aumento de animais nas vias tem causado outros problemas, como a destruição de plantações e a contaminação de fontes de água por dejetos.
Embora o problema seja de conhecimento das autoridades locais, a situação permanece sem solução. Em 2012, foi celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o município e o Ministério Público, com a promessa de resolver a superpopulação de animais nas ruas. O acordo previa ações como castração em massa, adoção de animais, fiscalização e conscientização da população. No entanto, quase 12 anos depois, as promessas não foram cumpridas e a situação piorou.
O descaso com o problema é visível também pelo poder judiciário, que, apesar de ser acionado em várias ocasiões, não tem conseguido pressionar o município a adotar medidas eficazes. “O TAC foi uma esperança, mas não conseguimos ver resultados. O que vemos é o aumento de animais nas ruas e o sofrimento de quem mora aqui”, reclama um cidadão que não quis ser identificado.
Para os moradores, a falta de ação do poder público, seja ele municipal ou estadual, é um reflexo do abandono de uma questão que afeta diretamente a qualidade de vida da população. “Se os cães não estão sendo controlados e se o judiciário não consegue fazer nada, o que resta é continuar convivendo com o medo e o caos”, lamentou um microprodutor rural.
Enquanto a população espera que providências sejam tomadas, o cenário continua a piorar, deixando São João do Sabugi refém de um problema que já se arrasta por décadas. O apelo é por uma ação concreta e urgente para controlar a superpopulação de animais de rua e evitar novas vítimas.