O crime organizado no Brasil gerou um faturamento impressionante de R$ 146 bilhões em 2022, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esse montante é proveniente da exploração de atividades ilícitas como a produção de ouro, bebidas alcoólicas, produtos de tabaco, extração de minérios preciosos e o tráfico de combustíveis e lubrificantes. O setor de bebidas foi o mais lucrativo, com R$ 56,9 bilhões, seguido por combustíveis e lubrificantes com R$ 61,4 bilhões. O comércio ilegal de ouro rendeu R$ 18,2 bilhões, enquanto o tráfico de tabaco e cigarro somou R$ 10,3 bilhões.
O levantamento também aponta que o crime organizado no Brasil continua a se expandir, com foco em lavagem de dinheiro e controle territorial. A falta de coordenação entre as autoridades de segurança pública e órgãos fiscais dificulta o combate a essas atividades. Além dos prejuízos diretos gerados pelas operações ilegais, o crime organizado causou perdas significativas à economia formal. Entre julho de 2023 e julho de 2024, roubos e furtos de celulares resultaram em prejuízos de R$ 22,7 bilhões, enquanto golpes financeiros, como fraudes via Pix, boletos falsificados e adulteração de maquininhas de cartão, ultrapassaram R$ 48 bilhões.
A migração para o ambiente digital é outro fator que tem facilitado a atuação do crime organizado. Nos últimos 12 meses, golpes virtuais aumentaram consideravelmente. A cada hora, 4.504 pessoas foram vítimas de fraudes envolvendo transferências via Pix ou boletos falsificados, além de golpes realizados por aplicativos de mensagens ou chamadas telefônicas. Fraudes relacionadas a falsas centrais de segurança afetaram 4.678 pessoas por hora, e 1.220 vítimas a cada 60 minutos sofreram golpes de investimentos fraudulentos promovidos por anúncios nas redes sociais e na internet.
O estudo também destaca a predominância de grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que continuam dominando as atividades ilícitas em diversas regiões do país. O faturamento bilionário dessas organizações mostra a força econômica que possuem, além de evidenciar os desafios para o combate ao crime, tanto no mundo físico quanto no digital.
Fonte: CNN Brasil